Redakcja Polska

“A língua polonesa no Brasil é um tesouro nacional”, afirma a vice-ministra da Educação Joanna Mucha

17.05.2025 11:24
Em entrevista concedida ao Prof. Dr. Fabricio Vicroski na sede do Ministério de Educação Nacional (MEN) em Varsóvia, a vice-ministra Joanna Mucha expressou sua admiração pelo fato de que os brasileiros descendentes de emigrantes poloneses do século XIX ainda mantêm a língua polonesa em seu cotidiano. Afirmou ainda que a versão brasileira da língua polonesa é um tesouro nacional da Polônia. Por fim, fez um convite aos jovens do Brasil para que venham estudar na Polônia. Confira abaixo os detalhes da entrevista.
Wiceszefowa MEN Joanna Mucha w rozmowie z dr. Fabricio Wichrowskim
Wiceszefowa MEN Joanna Mucha w rozmowie z dr. Fabricio WichrowskimFoto: Leonarda Knap/ORPEG

Ao iniciarmos a conversa, a vice-ministra Mucha fez questão de registrar a sua admiração e agradecimento à comunidade polonesa no Brasil pelos seus esforços em prol da preservação e transmissão da identidade, cultura e língua polonesas através de gerações, “isto é algo extraordinário, penso eu, a nível global, é comovente e lindo, agradeço a todos pelos seus esforços”.

A língua polonesa encontrou desafios no Brasil. A política de nacionalização implantada a partir da década de 1930 proibiu o uso de línguas estrangeiras no país. Centenas de escolas polonesas foram fechadas, a imprensa bilíngue e as associações culturais foram suprimidas, pessoas foram perseguidas e até mesmo presas por falarem outro idioma em espaços públicos. Esse contexto fez com que a língua ficasse restrita ao âmbito familiar, acarretando frequentemente a perda da capacidade de leitura e escrita em língua polonesa.

Joanna Mucha está ciente de que a versão brasileira da língua polonesa possui particularidades, resistindo, sobretudo, em sua forma falada. “Sei que vocês mantêm antigas palavras e canções que já não existem mais na Polônia. Isso é um tesouro nacional para além das nossas fronteiras, é um tesouro da Nação Polonesa, é algo que admiro muito”, disse a vice-ministra.

Ao comentar as possibilidades de ações do MEN para o ensino da língua polonesa no Brasil, a vice-ministra disse que o país apresenta desafios específicos. “A língua que vocês mantêm no Brasil difere do polonês contemporâneo. Precisamos conservar esta língua antiga como um patrimônio histórico, mas por outro lado temos que modernizar o ensino da língua polonesa, pois se quisermos que as crianças futuramente venham estudar ou trabalhar na Polônia, eles terão que aprender o polonês contemporâneo”. A vice-ministra Mucha acrescentou que o Ministério da Educação Nacional precisar pensar novas estratégias para o ensino da língua polonesa, obviamente mantendo as ações de envio de professores ao Brasil, bem como a qualificação dos professores locais. A vice-ministra acrescentou ainda que a possibilidade de organizar materiais didáticos em língua portuguesa é algo a ser considerado.

Nos últimos anos, o envio de professores poloneses ao Brasil – especialmente através da ORPEG -, tem resultado em um aumento do interesse pela cultura, história e língua polonesa. Novos cursos foram criados em dezenas de municípios. Há uma grande expectativa das comunidades pela continuidade dessas ações. Quando um professor da ORPEG retorna à Polônia após o encerramento do seu contrato, sempre paira a incerteza sobre a vinda de novos professores. Ao comentar o assunto, a vice-ministra afirmou que os programas não serão interrompidos, pelo contrário, enquanto houver recursos disponíveis a Polônia pretende apoiar e aprimorar as ofertas de ensino da língua polonesa no Brasil.

No período anterior ao envio de professores pelo Centro para o Desenvolvimento da Educação Polonesa no Exterior (ORPEG), o ensino da língua polonesa no Brasil era realizado predominantemente de forma amadora, especialmente nas regiões distantes dos grandes centros urbanos. Muitas vezes os cursos eram conduzidos por voluntários sem qualquer formação docente. Apesar das limitações, é preciso reconhecer os esforços desses voluntários. Nos anos de 2023, 2024 e 2025 a ORPEG organizou cursos de qualificação para esses professores voluntários, essa é uma iniciativa de grande relevância para a comunidade polonesa do Brasil.

A vice-ministra destacou que o MEN planeja dar continuidade aos cursos de formação de professores locais, ademais, fez um pedido: “Eu gostaria que vocês apresentassem suas demandas em relação à natureza dos cursos que são mais necessários. Nós nos esforçaremos para atender a demanda e adequá-las à realidade e necessidades locais, levando em conta, por exemplo, a diferença de fuso horário no caso das ofertas de cursos à distância”.

Para a vice-ministra Mucha, a ORPEG e o Instituto para o Desenvolvimento da Língua Polonesa (IRJP) são instituições fundamentais para a qualificação de professores e promoção da língua polonesa. Todavia, também há um grande interesse do MEN em promover a integração da língua polonesa como uma disciplina presente nos currículos escolares dos sistemas regulares de ensino em vários países. “Em primeiro lugar, este tipo de ação permite reduzir custos. Em segundo, isso permite que as crianças estudem o idioma regularmente, sem precisar abrir do seu tempo livre ou de outras atividades extracurriculares”. Segundo a vice-ministra Mucha, a ajuda do MEN também pode vir através de ações básicas como o fornecimento de materiais escolares, como livros didáticos e mapas. Neste sentido, Mucha recomenda acompanhar os editais abertos regularmente pelo Instituto para o Desenvolvimento da Língua Polonesa.

Durante a entrevista também foi abordado o tema da língua polonesa como patrimônio cultural imaterial do Brasil. A vice-ministra está ciente dos esforços empreendidos a fim de viabilizar o projeto de inventário nacional da língua polonesa no Brasil. A pesquisa visa o mapeamento, caracterização e diagnóstico da língua, a fim de obter o seu reconhecimento como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A origem da língua polonesa no Brasil é devida aos imigrantes do século XIX. Atualmente ela está sob influência da língua portuguesa e línguas indígenas, portanto, possui elementos suficientes que nos permitem caracterizá-la como uma língua de herança passível de reconhecimento e proteção do governo brasileiro. O projeto de inventário da língua polonesa no Brasil – idealizado pelo interlocutor –, obteve financiamento do Ministério da Cultura do Brasil. As pesquisas – com duração estimada de dois anos – devem iniciar em 2025. Ao comentar o assunto a vice-ministra reiterou sua opinião de que a língua polonesa no Brasil é também um patrimônio da Polônia.

“A Polônia precisa dar atenção a este projeto, prevendo inclusive possibilidades de financiamento. Penso que a ajuda pode ser articulada através da cooperação entre o Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Cultura e, de nossa parte, através do Instituto para o Desenvolvimento da Língua Polonesa, para que possamos conservar este patrimônio comum às duas nações”.

Ao final da entrevista a vice-ministra apresentou uma mensagem à comunidade polonesa do Brasil. “Gostaria de agradecê-los por cultivarem a identidade e língua polonesas, isto é o mais importante. Queria dizer para retornarem à Polônia. Porque a Polônia tornou-se um país de chances e possibilidades, um país em rápido desenvolvimento, cada vez mais interessante e despertando a atenção em várias partes do mundo. Esperamos por vocês na Polônia. Também gostaria de deixar uma mensagem aos pais. O aprendizado da língua polonesa somente em casa é insuficiente. É preciso que as crianças estudem polonês nas escolas. Se vocês pais quiserem criar possibilidades para que suas crianças estudem ou trabalhem na Polônia, a escola polonesa é fundamental. Nós vamos nos esforçar para que a oferta seja cada vez mais interessante. Reforço o apelo para que enviem suas crianças para as escolas polonesas e para que estudem polonês”.

 

A entrevista foi concedida ao Prof. Dr. Fabricio Vicroski em fevereiro de 2025 sob a organização do Centro para o Desenvolvimento da Educação Polonesa no Exterior (ORPEG).

 

 

 

 

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